quinta-feira, dezembro 31, 2015

Pico da Bandeira - Diário de uma Aventura Inesquecível

 
   Eu não quero começar esse texto dizendo sobre como foi difícil e penoso o processo de organização da nossa viagem à cidade de Alto Caparaó- MG. Em 2015 a Mocidade da Sétima Igreja iria completar 50 anos de organização, a atual diretoria desejava fazer um passeio diferente, uma aventura extrema, algo que ficasse marcado na lembrança de cada um.  Nós colocamos como objetivo alcançar o ponto mais alto do estado, o Pico da Bandeira, e sabíamos desde o inicio que não seria fácil, essa dificuldade se apresentou quando ainda sonhávamos com o projeto, mas graças ao nosso Deus essa história não para por aqui e irei inicia-la a partir do dia 07 de Agosto de 2015, nosso ponto de partida.
  
  Já era por volta das 23h do dia 07 de Agosto quando todos começaram a chegar, o local escolhido foi em frente à casa do Pastor Gilmar na Avenida Capim Branco, bairro Vista Alegre. O nosso ônibus chegou cedo, primeiro que os passageiros, tudo estava caminhando dentro do previsto. O motorista se mostrou ser um cara experiente, gentil e educado, sem falar que logo no primeiro momento quando disse a ele que erámos um grupo cristão ele se identificou como irmão em Cristo, era notório que Deus havia pensado em todos os detalhes.

  O Ônibus era robusto e confortável, estávamos em 29 pessoas e havia lugar para 47, ou seja, espaço não iria faltar. O povo foi chegando, eram mochilas e bolsas que não paravam mais, algumas como a do meu cunhado Cristian, lembrava equipamento de um soldado indo para uma missão no Afeganistão, quase um Seals da Marinha Norte Americana, sua mochila era enorme, e sem exageros, parecia que iriamos ficar um mês por lá, mas seria apenas aquele fim de semana. Em contra partida, o Douglas Bragança chegou com uma bolsa parecendo uma nécessaire de tão pequena, ali se notava nitidamente nossa vasta experiência em aventuras, era tudo ou nada, alguns carregavam uma vida inteira dentro de uma mochila, outros apenas biscoitos Pit Stop, seria hilário se mais tarde tudo isso não fosse trágico, principalmente aqueles biscoitos.

  Após uma oração, distribuição do nosso Folheto Guia do Passeio, algumas orientações ao grupo, o nosso ônibus partiu, já era quase 01:00 do dia 08, na escuridão da BR 381 nada se via, as luzes de um Belo Horizonte iam ficando para trás, seguíamos sentido Espirito Santo, porém, nosso destino seria o Pico da Bandeira, entrando pela parte de Minas, e para chegar lá precisávamos enfrentar os primeiros 340 km de distância entre a capital mineira e Alto Caparaó.
   Alguns poucos chegaram a cochilar, outros tinham assuntos de sobra, piadas, risos, lembranças de antigos passeios.  O Sidney e o Mateus da Igreja do Vale do Jatobá, levaram alguns filmes, acabamos por colocar “Deus não está morto”. Eu particularmente não consigo assistir televisão em uma viagem, fico tonto, e ao olhar pra tela, percebi que seria melhor fazer companhia ao motorista e dar uma olhada na estrada. As primeiras horas passaram rapidamente e logo chegamos à nossa primeira parada, restaurante Graal na cidade de João Monlevade; alguns despertaram e resolveram esticar as pernas, outros nem perceberam que estávamos parados, continuaram dormindo, era a hora de uma ida rápida ao banheiro, aquele cafezinho típico de um bom mineiro, mesmo sendo na madrugada. Na volta ao ônibus, após uma rápida contagem, todos estavam a bordo e agora só iriamos parar em Alto Caparaó.


 Era quase 06:00 da manhã e estávamos aproximando do nosso destino, algumas montanhas surgiam na paisagem da janela, bem imponentes elas provocavam motivação e apreensão ao mesmo tempo. As 6:40 o nosso ônibus já encostava na praça principal da cidade. A viagem havia sido ótima, todos estavam descansados, motivados, alegres e admirados com a beleza daquela pequena cidade cravada entre as montanhas. Assim que desembarcamos, demos aquela pausa para a foto oficial com nossa bandeira, tá certo que o motorista não caprichou, mas tudo bem, foto não faltou na nossa viagem.


  Estacionamos na praça principal, em frente à 1º Igreja Presbiteriana de Alto Caparaó,  em seguida partimos para o nosso café da manhã. Andamos apenas uns 50 metros para que chegássemos ao pequeno restaurante na Avenida Pico da Bandeira, em frente à praça central, ali seria nosso ponto de apoio, café, almoço e banho, isso mesmo, o banho era nos fundos do terreno onde havia alguns banheiros com chuveiros quentes para os aventureiros que chegavam à cidade rumo ao Pico, o valor era de R$ 3,00 por pessoa. Nesse primeiro momento todos se concentraram apenas no café, a mesa estava repleta de bolos caseiros, pães, sucos, leite, era um café de rei diante do que iriamos ter lá no Pico, se eu tivesse como prever, teria comprado uns três bolos para levar na mochila, só para não ter que comer aqueles benditos Pit Stop.

  Após o café e uma pausa para descanso, nos reunimos na praça, estendemos nossa bandeira no portão da Igreja Católica, foi o local mais adequado que achamos perto dos bancos, fizemos ali uma devocional, cantamos, oramos e a Marcia fez um breve estudo naquela manhã. Assim que a devocional acabou, retiramos a bandeira e aproveitamos para conhecer a 1º Igreja Presbiteriana de Alto Caparaó. Tivemos a grata surpresa de sermos extremamente bem recebidos pelo pastor Walter Júlio que imediatamente ofereceu as dependências da Igreja caso viéssemos necessitar. Ele conhecia pessoalmente a Sétima Igreja, ele contou histórias da sua época de seminário, as meninas que vislumbravam namorar seminaristas, talvez a Marcia fosse uma delas, mas esse comentário para por aqui, para não gerar polêmicas. Assuntos não faltaram, ele interessado em saber sobre alguns velhos amigos que estavam ou passaram por Belo Horizonte, e nós aproveitávamos para conhecer aquela bela igreja, sua estrutura, o zelo pela organização, pela música, foi um momento maravilhoso, mas era hora de almoçarmos, abastecer as energias para em seguida encarar nossa jornada até o Pico.



 O almoço foi espetacular, comida bem temperada, novinha, coisa simples, típica de cidade do interior de Minas, como eu adoro a comida mineira! Nós só damos valor a nossa culinária quando saímos pelo Brasil ou mundo afora e deparamos com outros tipos de comida, não tem nada melhor que um franguinho com quiabo, angu, couve, banana frita, feijão tropeiro e arroz soltinho... Deu vontade de voltar lá só para comer de novo.



  Após o almoço e uma pausa para um breve descanso, começamos a preparar as mochilas, era hora de verificar as roupas para o calor e para frio, e que frio, conferir pilhas, ajustar as barracas, testar lanternas, encher os cantis com água, sem falar que alguns deles pareciam que eram feitos de concreto, o Itamar que o diga, seu cantil era extremamente pesado, mas isso ele só iria ver depois de umas três horas de subida, carregando aquele chumbo nas mãos, agora tudo era festa, mochilas prontas, cantis abastecidos e pausa para instruções e fotos na entrada da igreja, 





















 Agora viria um dos momentos mais radicais de todo passeio, a subida com os jipes, já era quase 13:30 e precisávamos partir rumo ao Pico. Dividimos o grupo em cinco jipes, subiríamos até a entrada do Parque Nacional do Caparaó, uns 11 km com jipeiros preparados e loucos. Alguns quase desistiram no meio do caminho, confesso que o meu sentimento era de êxtase e medo, ladeira acima os jipeiros faziam as curvas numa velocidade fora do comum, a estrada era estreita é só cabia um jipe de cada vez, a cada curva, uma sensação de que iriamos despencar morro abaixo ,  naquela mistura de tensão e adrenalina eu orava em silêncio, sorrindo sem graça e entregando a direção daqueles jipes nas mãos de Deus.



  Ao chegarmos à entrada do parque, após agradecer a Deus, eu pensei que estava com uma costela a menos, de tanta pancada que levei em cada curva, o jipe tinha uma barra lateral de ferro e como fiquei de lado, fui amassando essa barra com minha costela. Ufa! Primeira etapa cumprida, chegamos à portaria do Parque e após confirmar nossa tão esperada reserva, finalmente estávamos liberados a pernoitar no Terreirão e subir até o Pico da Bandeira. Continuamos então nossa saga com os jipeiros, mais oração e adrenalina lá nas alturas, até enfim chegarmos a Tronqueira, primeiro local de acampamento para quem se aventura na Bandeira. Fim da linha para os veículos, após sobrevivermos aos jipes, seguiríamos a pé morro acima, começava ali nossa trilha, mas antes é claro uma pausa para a foto no mirante, afinal já estávamos a 1.970 m de altitude.



 
Agora precisávamos subir a pé 3,7 km até o Terreirão, sem paradas, sem ponto de apoio, com muito peso e disposição, já era por volta das 14:10, e a previsão era de 3h de caminhada, até a nossa área de camping. Após a foto partimos como se fosse a caminhada mais fácil do mundo, e logo nos primeiros minutos percebemos que iriamos enfrentar grandes problemas, com certeza eles se deram pela nossa inexperiência em situações parecidas e falta de equipamentos adequados.  A comunicação entre o grupo foi um problema,  alguns aceleraram o passo, outros ficaram muito atrás. Era necessário respeitar as dificuldades que muitos teriam naquele percurso longo e desgastante, o caminho era íngreme, a altitude era um problema, o peso consumia as energias e tudo isso deveria ter sido levado em conta, porém, não conseguíamos contato com aqueles que avançaram rapidamente, o grupo se dividiu então em pequenos grupos, todo o planejamento e estratégia da comissão para andarmos na trilha, unidos, coesos, estava indo por água abaixo. Alguns do grupo ficaram sobrecarregados, sempre por último e incentivando os mais cansados, outros ajudaram aliviando o peso das mochilas, do cantil do Itamar, por diversas vezes pensei em joga-lo longe, que deu vontade deu. Essas primeiras horas de subida foram terríveis, não estávamos adaptados ao equipamento pesado, ao tipo de terreno, o sol era forte, o calor castigava, realizamos apenas algumas paradas rápidas, eram 5 minutos no máximo para descanso, estava acompanhando o último pelotão e às vezes tentava adiantar o passo, cheguei a correr em determinados momentos para segurar os que iam à frente, cansei mais do que o normal.
  Precisávamos chegar ao Terreirão antes que anoitecesse, era necessário montar acampamento, repor as energias e descansar, e o frio aparecia sorrateiramente.  Após longas 3:00 de caminhada chegávamos enfim ao famoso Terreirão, aqueles que vieram a frente já nos aguardavam ansiosos, acho que muitos desses ou praticamente todos, não tiveram intenção alguma de prejudicar o passeio, simplesmente adiantaram com o desejo de chegar logo, de superar o percurso, alcançar um objetivo,  porém, eu sempre tenho comigo que um grupo deve sair unido e chegar unido, respeitando as dificuldades e habilidades de cada um, e acima de tudo, seguindo as regras impostas pelos organizadores. Imaginemos se por um acaso acontecesse um acidente com o último do grupo, e a pessoa mais preparada para prestar os primeiros socorros estivesse quilômetros a frente, sem comunicação, seria um desastre, mas isso acontece justamente para aprendermos e não cometermos os mesmo erros em outras ocasiões. Mas graças a Deus, temos que ressaltar que apesar dos desencontros e dos desacertos nos primeiros quilômetros, todos chegaram bem, havíamos concluído mais uma etapa, mas o pior, ou melhor, ainda estava por vir.
Chegada ao Terreirão
  A temperatura despencava no Terreirão e uma densa neblina  se aproximava rapidamente, a água nos banheiros era congelante, uns poucos corajosos como o Miguel e o Reinaldo chegaram a tomar banho, faltou sanidade e sobrou coragem. Conseguimos montar acampamento ainda com a luz do dia, posicionamos todas as barracas em forma de um grande círculo, por questões de segurança e união. Havíamos completado 3,7 Km de subida e era hora de um agradecimento e um café em família, compartilhando os alimentos.
 Barracas montadas, equipamentos guardados, cada um contribuiu com algum lanche, estendi o manto sagrado, quero dizer a Bandeira do meu Galo na grama, em frente às barracas, é claro que apesar do peso da bagagem e todas as coisas que tivemos de levar, eu não deixaria para trás a bandeira do Clube Atlético Mineiro, afinal ela iria estar no ponto mais alto do Estado, Justo ela que tinha sido companheira em todos os jogos da Copa Libertadores em 2013, na mais incrível jornada de um time  até a conquista do título, sem falar na Copa do Brasil em 2014 em cima do maior rival; mas voltemos ao passeio, ao nosso café e ao manto sagrado estendido no chão, a bandeira que iria suportar aqueles inúmeros pacotinhos de biscoito, não conseguia imaginar de onde haviam surgido tantos, os poucos sanduiches despereceram na neblina, iogurtes e até alguns pedaços de queijo surgiram sobre a bandeira alvinegra e na mesma velocidade sumiam deixando para trás apenas Pit Stop.



  São pequenas coisas, que iremos lembrar daqui alguns anos nessa aventura que foi o Pico da Bandeira, mas uma delas será com certeza esse momento do café, todos sorrindo, alegres e animados apesar do cansaço , imaginando como seria o topo, o cume, o ponto mais alto de Minas.
 Após o café tentaríamos descansar, o objetivo era dormir bem e sair por volta de 01:00 da manhã para mais 4,5 Km de subida, a previsão era que chegássemos as 5:30 no topo para ver o tão esperado nascer do sol a mais 2.890 metros de altitude. 





















Infelizmente o descanso foi para poucos, o cansaço e o frio extremo foi perturbador, muitos se contorciam com câimbras devido a dura caminhada, o frio piorava tudo. O vento era forte e tínhamos a impressão de que barraca nenhuma iria suportar. Em poucos minutos após o café, mesmo ainda não sendo tarde da noite, afinal era umas 19:00, todos estavam dentro de suas barracas, era quase impossível ficar fora delas.

Sensação térmica -2º

  Talvez esse tenha sido um dos momentos mais críticos do nosso passeio, o corpo parado não produzia calor suficiente, o frio penetrava a alma, a sensação térmica caia a cada minuto, já registrava 5° graus e ainda não era madrugada. Olhei pela fresta da barraca e vi algumas pessoas andando em circulo, era o Welington e o Itamar, as câimbras estavam acabando com eles e a única alternativa era se mexer, movimentar o corpo. Eles parecendo loucos corriam em círculo, em frente as barracas, uma cena inusitada e super engraçada.

  Muitas barracas começaram a ficar úmida por dentro devido à neblina, a maioria delas não era própria para suportar aquela temperatura e os fortes ventos, a situação não era boa e pra piorar com o frio extremo a fome aumentava e biscoito ninguém mais aguentava ver. Naquela hora surgiu então o sopão salvador. Eu havia levado um fogareiro, dois canecões de alumínio e algumas sopas tipo Cup Noodles, minha irmã sabendo que iria levar o fogareiro também levou sopas e foi o que salvou aquela noite. Parecia à multiplicação de pães e peixes, vários copos de sopa foram distribuídos, eu particularmente não me lembro de ter comida uma sopa tão gostosa em toda minha vida, além de aliviar a fome, ela esquentava o peito; claro que alguns aventureiros esquentaram de outra maneira, depois que o Felipe achou um pequeno recipiente próximo ao banheiro, com um liquido quase mágico dentro dele, eu vou parar por aqui esse comentário, pra não comprometer mais ninguém, as más línguas dizem que alguns, depois desse fato, ficam ansiosos pelo frio só pra ver se aparece outra garrafinha dessas por aí.
Suportando o frio após um liquido mágico.

Barraca do Sopão
  Após a sopa e o liquido mágico, alguns se aquietaram, foi então que surgiu o momento da barraca da discórdia. Minha irmã desesperada, pois sua barraca estava úmida e fria, largou seu marido para trás, literalmente abandonou o barco, ou melhor, a barraca, que mais parecia um barco a naufragar, desesperada, com frio, com o teto e o piso da barraca todo molhado, ela abandonou o capitão, ou melhor, o marido, e correu para minha barraca, que estava suportando bravamente aquele frio e neblina intensa. Ficamos então em três, eu a minha esposa e minha irmã, o meu cunhado, na barraca ao lado, começou a reclamar e jogar indiretas para a Meire que havia o deixado sozinho, riamos sem parar, o episódio foi cômico e trágico, eu em parte concordei com minha irmã, pois quando fazemos votos em um casamento, falamos diante do pastor e diante de Deus que iremos ficar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, mas não afirmamos isso em caso de frio extremo e barraca inundada.
  Em meio ao frio e à água que adentrava sua barraca através da umidade, Cristian suportou bravamente, feito o orgulho de um capitão que jamais abandona seu navio, resistiu em cima de um isolante térmico e dentro de um saco de dormir, após alguns minutos de discussões e risadas, ele roncou feito um leão, para não dizer outro animal; todo acampamento ouvia, era impossível cochilar com aquele barulho, foi à vingança pelo abandono, um ato inconsciente de revolta dentro daquela que mais tarde seria conhecida como a barraca da discórdia.



  Já era quase 01:00 da manhã do dia 09 quando decidimos arrumar as tralhas para chegar finalmente ao topo, o frio era assustador e no relógio do Sidnei marcava  -2° graus. Todos ainda estavam arrebentados pela péssima noite e pela dura caminhada da Tronqueira até o Terreirão, mas era hora de enfrentarmos mais 4,5 Km de subida. Levamos apenas o necessário, água, lanterna, máquinas fotográficas, barras de cereal e Pit Stop, pois era o que tinha.

   Esse percurso de trilha não é bem demarcado, à noite então tudo piora, a única coisa positiva era que todos iam para o mesmo lugar, o topo. Assim seguíamos quase o tempo todo em fila indiana, outras turistas se misturavam ao nosso grupo, entravam na fila e logo sumiam pela frente, era comum ver pessoas paradas, encolhidas perto de alguma pedra, buscando se aquecer e recarregar as energias para continuar o percurso. Por várias vezes fizemos isso, em alguns momentos era difícil enxergar 50 centímetros à frente, a lanterna ajudava bastante e íamos superando a cada metro os obstáculos, as dores, o frio intenso, a fome, a sede e o pior de todos o cansaço.

Pausa para descanso de subida. Margarete se perguntando o que foi fazer ali.
   Ali no nosso meio não havia atletas, não éramos um grupo especifico de aventura, iriamos chegar ao topo com a garra de cada um, com a alma e com ajuda de Deus para superar aquelas adversidades. Já era quase 5:00 e exaustos não sabíamos ao certo se estávamos longe ou perto do cume, ouvíamos varias pessoas gritando para continuar se não iriamos perder o nascer do sol, o espetáculo mais lindo que poderíamos encontrar lá em cima, diante das vozes, caminhávamos ou melhor arrastávamos, alguns um pouco melhor fisicamente ajudavam os mais cansados. Em alguns momentos a subida ficava íngreme, ao ponto de escalarmos com quatro apoios as pedras, após alguns esforços todos estavam a metros do Pico, e por volta de 5:35 chegamos ao ponto mais Alto de Minas.


 
 É difícil encontrar palavras que permita descrever aquele momento de chegada ao topo, de conquista, de objetivo alcançado. Não conseguíamos falar muito uns com os outros, o cansaço e o frio permitia apenas que comunicássemos através dos olhares e gestos. Lá de cima ainda não víamos nada devido a escuridão e a neblina, sentíamos um frio mais intenso devido à altitude, nos encolhemos em meios às pedras, encostávamos uns aos outros para transmitir calor corporal e aguardávamos ansiosamente o nascer do sol, imaginávamos então que em poucos minutos ele iria se agigantar diante dos nossos olhos aquecendo os nossos corpos gelados e trêmulos.

Rafa e eu no topo.


Eu e o Cristian levando o maior de Minas ao lugar mais alto de Minas.

Cybeli, Mariana, Douglas e Felipe















Nada disso aconteceu, o Sol não deu o ar da graça, o dia amanheceu nublado e a neblina cobria toda a visão que esperávamos encontrar a quase 3.000m de altitude. Descemos com o mesmo frio que havíamos subido, desapontados com o sol, triste por não termos conseguido coroar tamanho esforço.  Quando voltávamos pelo mesmo caminho, ficávamos perplexos com as subidas que fizemos no escuro, era algo surpreendente, de dia era possível enxergar a trilha e muitos nem acreditavam que haviam passado por ali, devido ao grau de complexidade.
Ester, Márcia e Miguel (Homenageando Joel)








Da descida do Pico até o acampamento Terreirão, uma chuva fina nos acompanhou, naquele momento nada podia ser pior do que tudo que havíamos suportado para chegar ao topo. As pernas caminhavam por si só, meio que no automático, o silêncio era assustador e durante a descida ao lado da minha esposa praticamente não disse nada, apenas olhava pra frente, tentando encontrar o acampamento, enxergar as barracas que haviam ficado armadas, beber um café quente, sentar e descansar. Após os 4,5 Km de descida debaixo de uma garoa que encharcava-nos dos pés a cabeça, chegávamos enfim ao Terreirão. Esgotados, desanimados e ao mesmo tempo alegres pela superação e a conquista do topo. Agora era desfazer acampamento, juntar as coisas, relaxar alguns minutos, buscar energias para encarar o restante, faltavam 3,7 Km de descida até os Jipes. Mas antes é claro uma pausa para a foto daqueles que ficaram até o final, nós éramos os últimos e não tínhamos pressa alguma, o pior havia passado. Fizemos um café, dividimos o resto do lanche, comemos alguns Pit Stop, pois era o que tinha, juntamos as coisas e partimos rumo a Tronqueira.

Turma que deixou por último o Terreirão.
  Esses quilômetros foram os mais tranquilos, descemos relembrando a noite anterior, as dores, as câimbras, o frio, a barraca da discórdia, o desapontamento com o sol, o livramento de um cocô enorme no meio da trilha, feito por algum aventureiro desesperado. Era um momento de descontração, o percurso não assustava mais, o cansaço tinha dado lugar ao sentimento de vitória. Paramos em alguns trechos para descanso e mais  fotos. 



Aos poucos percebemos que a chegada à Tronqueira estava mais perto do que imaginávamos. Enfim havia acabado a jornada a pé, fim da linha para as botas de trekking surradas pelas trilhas da bandeira, nós éramos os últimos e aguardaríamos ansiosamente os jipes retornarem para nos buscar.
Ultimo registro no Parque Nacional do Caparaó
  Assim que os últimos jipes chegaram, confesso que deixei o parque com um aperto no coração, era uma mistura de sentimentos, de gratidão a Deus, de dever cumprido, de realização pessoal, de superação. A chegada à cidade de Alto Caparaó exigia um bom almoço, um belo banho e um merecido descanso; fizemos tudo isso, alguns já cochilavam dentro do ônibus quando enfim fizemos a contagem e entre mortos e feridos verificamos que todos estavam salvos.  Fizemos uma oração de agradecimento a Deus por tudo ter transcorrido bem, pedimos a Ele proteção no retorno a Belo Horizonte e pegamos a estrada de volta.

  Antes de realizarmos esse passeio, nos dias de preparação e planejamento, escrevi um texto na nossa cartilha-guia, que gostaria de transcrevê-lo aqui:

“Esse passeio foi planejado desde o ano passado, infelizmente por alguns contratempos, em 2014 não foi possível realiza-lo. Graças ao nosso Deus, esse ano saiu do papel, corremos atrás, trabalhamos e nos empenhamos para que esse passeio seja para você inesquecível, que possa ser um daqueles momentos que irá ficar guardado na sua memória, como algo maravilhoso, único; seja simplesmente pelo prazer de sermos uma família em Cristo passeando juntos, seja pela paisagem exuberante, seja pelo espirito de aventura dentro de cada um, seja pelas brincadeiras e risadas que iremos compartilhar, seja pela coragem, seja pelo respeito à natureza, ao próximo e o temor a Deus, seja por tudo isso junto, mas que seja excelso.”
(Texto extraído do Guia – Pico da Bandeira / UMP-2015)

  Aprendi depois do Pico da Bandeira que minha cama é o melhor lugar do mundo. Aprendi que frio não é psicológico. Aprendi que quando estamos em situações extremas somos 10 vezes mais egoístas. Aprendi que às vezes uma simples sopa pode ser a melhor coisa do mundo. Aprendi que toda vez que chegamos ao topo é preciso olhar para baixo com respeito. Aprendi que superação tem mais haver com perseverança do que com habilidades. Aprendi que longas caminhadas se iniciam com apenas um passo. Aprendi que uma simples aventura pode ensinar muitas coisas. E por fim, aprendi que nunca devo levar biscoitos Pit Stop e Club Social para uma trilha.

“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.
(Salmos 19:1)




Homenagem aos 29 aventureiros que sobreviveram ao Pico da Bandeira.






Texto de Mateus Bragança Cardoso.

quinta-feira, dezembro 10, 2015

As bases para o oficialato na Igreja



Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé. (At 6:1-7)


I. PRINCÍPIO DA ORGANIZAÇÃO

No início do livro de Atos lemos que Jesus, antes de subir aos céus, determinou que os discípulos fossem à Jerusalém e aguardassem o cumprimento de uma promessa (At 1:4-5). Ao descer sobre eles o poder do Espírito Santo, seriam testemunhas de Jesus em toda parte (At 1:8). Em obediência, eles foram à Jerusalém e perseveraram em oração:

- Os 11 discípulos + mulheres + Maria + os irmãos de Jesus (At 1:13-14)
- Naquele contexto havia uma assembléia de 120 pessoas (At 1:15)

Ao cumprir-se o dia Pentecostes, quando estavam reunidos, o Espírito Santo encheu todos eles (At 2:4) e passaram a falar das grandezas de Deus (At 2:11), em muitos idiomas (At 2:8-11). Essa experiência foi alvo do ceticismo de alguns judeus que levantaram falsas acusações contra os discípulos. Pedro, então, levantou-se e fez um discurso em defesa do ocorrido, exortando-os pela incredulidade a cerca de Jesus. Ao ouvirem...

- Quase 3.000 pessoas se arrependeram e foram batizadas (At 2:41).

E com a continuidade do testemunho de Jesus, pelos apóstolos, o número de crentes continuou crescendo:

- O Senhor acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2:47)
- O número de homens subiu para 5.000, dos que aceitavam a palavra (At 4:4)
- Crescia mais e mais a multidão de crentes (At 5:14)
- Se multiplicava o número de discípulos (6:1)
- Se multiplicava, inclusive, muitíssimos sacerdotes na fé (At 6:7)
- A igreja crescia em número (At 9:1)
- Etc

A Igreja da nova aliança, sob a ação do Espírito Santo, crescia expressivamente naqueles dias. Estudos exaustivos indicam que nesse contexto, havia cerca de 20 a 35 mil pessoas vivendo em Jerusalém. Isso nos ajuda a entender o índice demográfico de crentes em Jerusalém e como rapidamente cresceu.

O texto de Atos 6:1-7 indica uma nova fase no desenvolvimento da igreja do Novo Testamento. Até ali, os apóstolos tinham a responsabilidade de:

- Dar testemunho acerca de Jesus;
- Ensinar a doutrina, combater as especulações e falsos testemunhos;
- Mas também, receber doações e distribuí-las com justiça para socorrerem as necessidades dos pobres.

Devido ao rápido crescimento da Igreja, os apóstolos começaram a ser pressionados pelas demandas sociais do povo (At 6:1).

O início da organização da igreja indicou as principais funções das lideranças que foram destacadas:

Quanto aos apóstolos:
1. Dedicação na palavra de Deus: “Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus para servirmos às mesas” (At 6:2), “quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (At 6:4);
2. Organização da igreja: “escolhei dentre vós sete homens... aos quais encarregaremos deste serviço” (At 6:3);
3. Autoridade, governo: “Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos” (At 6:6).

Quanto aos diáconos:
“Servir as mesas”
1. Uma referência à ordem na igreja: “as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária” (At 6:1), “aos quais encarregaremos deste serviço” (At 6:3);
2. Uma referência à assistência de necessitados (At 6:1-3).

Obs: O diaconato surgiu para permitir que os apóstolos se concentrassem na esfera espiritual da igreja. Posteriormente, os apóstolos orientaram a eleição de presbíteros (gr. presbíteros, epíscopos, bispos), que seriam os encarregados diretos pelo ensino da palavra de Deus e pelo governo na Igreja.


II. COMO OS HOMENS SE TORNAM OFICIAIS DA IGREJA?

1. Desejo

A Bíblia diz: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja” (1 Tm 3:1; v. 8: “semelhantemente, quanto aos diáconos”). Então, o primeiro passo para o presbiterato/diaconato é o desejo por isso. O desejo para ser um oficial na igreja não é pecado ou mera autopromoção, mas pode ser o resultado de uma intervenção do Espírito Santo no curso de determinados homens dentro da igreja.

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.” (At 20:28)

Em última análise, um homem se torna um presbítero ou diácono porque o Espírito de Deus cria nele um grande amor pelas pessoas, a ponto de sentir uma compulsão para pastorear e servir o povo do Senhor. Sem um profundo desejo e vontade por isso, nenhum homem pode ou deve ser um oficial na igreja. O oficialato só pode ser assumido por homens verdadeiramente vocacionados por Deus, não pelos atrativos da evidência e do “poder” na igreja.

2. Qualificação

O Novo Testamento é perfeitamente claro e positivamente enfático ao dizer que somente homens biblicamente qualificados podem ser indicados ao oficialato. Além do desejo, a Bíblia exige que os candidatos sejam encontrados por qualificações objetivas (1 Tm 3:1-7; Tt 1:5-9).

Tais qualificações exigidas, pela Bíblia, dos candidatos, protegem o rebanho de Deus de homens impulsionados pela autopromoção, posições de influência e egoísmo, os quais negligenciariam o pastoreio e assistência, e envergonhariam o propósito bíblico do oficialato na Igreja.

Um homem desqualificado biblicamente, ocupando uma posição liderança, inevitavelmente, gera prejuízos à Igreja. E Deus, em sua graça, fornece claras e amplas instruções em sua Palavra quanto aos aspectos espirituais, morais e familiares daqueles que podem ser indicados e eleitos para o oficialato na Igreja:

2.1 Quanto a Deus:
- Apegados à palavra fiel (1 Tm 3:9; Tt 1:9)
- Justos e piedosos (Tt 1:8)
- Aptos para ensinar (1 Tm 3:2, 5:17; Tt 1:9)
- Irrepreensíveis (1 Tm 3:2 e 9; Tt 1:6)
- Não sejam neófitos (1 Tm 3:6) = Experimentados (1 Tm 3:10)

2.2 Quanto aos outros:
- De uma só palavra (1 Tm 3:8)
- Respeitáveis (1 Tm 3:2 e 8)
- Hospitaleiros (1 Tm 3:2; Tt 1:8)
- Inimigos de contendas (1 Tm 3:3)
- Amigos do bem (Tt 1:8)
- Não violentos, porém cordatos (1 Tm 3:3; Tt 1:7)
- Tenham bom testemunho dos de fora (1 Tm 3:7)
- Não arrogantes (Tt 1:7)
- Não cobiçosos de sórdida ganância (1 Tm 3:8; Tt 1:7)

2.3 Em relação a si mesmos
- Quem tenham domínio de si (Tt 1:8)
- Temperantes (1 Tm 3: 2 e 8)
- Não avarentos (1 Tm 3:3)
- Sóbrios (1 Tm 3:2; Tt 1:8)
- Não irascíveis (Tt 1:7)
- Não dados ao vinho (1 Tm 3:3 e 8; Tt 1:7)

2.4 Em relação à família
- Esposos de uma só mulher (1 Tm 3:2 e 12; Tt 1:6)
- Que governa bem a própria casa (1 Tm 3:4 e 12; Tt 1:6)
- Que tenham filhos obedientes (1 Tm 3:4-5, 12; Tt 1:6)

3. Exame

Deus requer do presbítero/diácono uma tarefa muito séria, por esse motivo, ele deve ser alguém que se destaca, não pelo seu status social na igreja, devido à sua graduação acadêmica, financeira, material ou histórica, mas de caráter e espiritualidade. Nesse sentido, examinar os candidatos ao presbiterato, é uma tarefa necessária à Igreja!

“Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato” (1 Tm 3:10)

O texto de 1 Timóteo 5:22-25 nos ensina que a avaliação humana, quanto ao caráter e ações, é necessária para evitar que pessoas erradas ocupem em posições de responsabilidade na liderança da igreja.

Os presbíteros e diáconos, como oficiais na igreja, naturalmente necessitam ser avaliados quanto ao desejo e qualificações para as funções indicadas. Precisam ser receptivos à todos os membros da igreja que necessitarem fazer perguntas ou solucionar dúvidas, a fim de aprovarem ou não o candidato em ocasião oportuna.

Um dos melhores exames que a igreja local pode fazer é:

- designar pequenas tarefas para saber como lidará com elas;
- verificar se, além da espiritualidade e caráter, é alguém que se importa com os santos e, portanto, já investe a sua vida no zelo e ensino da doutrina, nas visitas, no aconselhamento, na liderança e na sujeição ao governo da igreja (candidatos ao presbiterato), nas visitas aos enfermos, idosos, órfãos e viúvas, na prontidão para assistir os necessitados, na dedicação pela manutenção da ordem dos cultos e questões administrativas da igreja sob a supervisão dos presbíteros (candidatos ao diaconato).

A igreja local não pode ser ingênua o bastante para pensar que se não dedicam as suas vidas à essas funções antes de serem eleitos, se dedicarão depois de eleitos, visto que homens vocacionados por Deus para o oficialato, provam que são habilitados por Ele nessas funções antes de assumirem quaisquer cargos oficiais, designados pela Assembléia que se reúne para esse fim.


III. O QUE DIZ A CONSTITUIÇÃO DA IPB?

A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) é uma igreja organizada sob a orientação de determinados documentos, os quais regem a doutrina, a liturgia e o governo.

Todos os oficiais, antes da eleição, necessitam ser perfeitamente conscientizados desses documentos, pois deverão sujeição às orientações contidas neles, serão exigidos em suas funções de acordo com o que eles prescrevem e avaliados pela igreja local com base neles. Por esse motivo, é importantíssimo tomar conhecimento dos artigos, na Constituição da IPB, que tratam diretamente dos dois ofícios na igreja local:

Presbíteros:
Art. 50 - O Presbítero regente é o representante imediato do povo, por este eleito e ordenado pelo Conselho, para, juntamente com o pastor, exercer o governo e a disciplina e zelar pelos interesses da igreja a que pertencer, bem como pelos de toda a comunidade, quando para isso eleito ou designado.

Art. 51 - Compete ao Presbítero:
a) levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder corrigir por meio de admoestações particulares;
b) auxiliar o pastor no trabalho de vistas;
c) instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude;
d) orar com os crentes e por eles;
e) informar o pastor dos casos de doenças e aflições;
f) distribuir os elementos da Santa Ceia;
g) tomar parte na ordenação de ministros e oficiais;
h) representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio.

Diáconos:
Art. 53 - O diácono é o oficial eleito pela igreja e ordenado pelo Conselho, para, sob a supervisão deste, dedicar-se especialmente:
a) à arrecadação de ofertas para fins piedosos:
b) ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos;
c) à manutenção da ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço divino;
d) exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências.

Presbíteros e Diáconos:
Art. 55 - O presbítero e o diácono devem ser assíduos e pontuais no cumprimento de seus deveres, irrepreensíveis na moral, sãos na fé, prudentes no agir, discretos no falar e exemplos de santidade na vida.


IV. COMO A IGREJA DEVE TRATAR ESSE ASSUNTO?

1. Conferir quais são as responsabilidades do presbítero e do diácono. A Bíblia nos fala sobre isso:

Presbíteros
Administrativos (1 Tm 1:7; 1 Pd 5:2-3)
Pastorais (At 20:28; 1 Pd 5:2)
Educacionais (1 Tm 3:2; Tt 1:7)
Oficiativos (Tg 5:14)
Representativos (At 20:17-31)

Diáconos
Socorrer os pobres da igreja local (At 6:1 e 3)
Manter a ordem das atividades da igreja (At 6:3 cf. 6:1)
Gerir doações e recursos financeiros para esse fim (1 Tm 3:8)

2. Deve realizar um exame cuidadoso para verificar se a vida do candidato confere com as qualificações exigidas por Deus, pela Bíblia;

3. Indicar aqueles nomes que, uma vez eleitos em assembléia, seguramente, serão responsáveis em suas funções, com base nas qualificações bíblicas e no testemunho diante da comunidade.




Fonte: http://www.pipg.org/ (Site 1ª Igreja Presbiteriana de Goiânia)
Rev. Ericson Martins ericsonmartins@me.com