domingo, janeiro 29, 2012

domingo, janeiro 22, 2012

Expulso da igreja porque não pregava teologia da prosperidade

* História baseada em fatos reais
Por André Sanchez
Imaginemos que certo profeta resolvesse levar sua mensagem ao púlpito de uma dessas igrejas que pregam a teologia da prosperidade. Imaginemos que ele seja bem recebido e, através de suas credenciais de profeta, lhe fosse oferecido o púlpito da igreja para que pregasse uma mensagem de prosperidade aos que ali estivessem.
profeta, teologia da prosperidade, prosperidade, Bíblia, HabacuqueEle começaria seu discurso mais ou menos assim:
- “Esta é a mensagem que Deus, por meio de uma visão, deu a mim, o profeta Habacuque.” (Hc 1. 1).
Nesse ponto todos fitariam seus olhares nele e alguns comentariam:
- Nossa! Não é todo dia que se recebe um profeta de Deus com uma mensagem poderosa de prosperidade! O que será que ele revelará? Será que nos dará uma fórmula para determinar a bênção? Estou mesmo precisando comprar um carro do ano! Será que nos ensinará como expulsar as doenças e o demônio da pobreza? Será que revelará uma profecia de riqueza em nossa vida? Fala profeta!!! Fala profeta!!! Estou ansioso pela mensagem do Senhor para nossas vidas!
Eis que o profeta continua sua mensagem vendo a grande ansiedade do povo para receber suas palavras. Ele, então, continua com veemência:
- “Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao SENHOR e louvarei a Deus, o meu Salvador.” (Habacuque 3. 17-18)
Nesse momento um silêncio toma conta da igreja. Um olha para outro e todos olham para o pastor que havia dado a palavra ao profeta de Deus. A igreja, somente com o olhar, pressiona o pastor como que perguntando: Como assim, que palavra absurda é essa desse profeta?
E eis que se levanta um obreiro ao fundo da igreja e brada em alta voz:
- Senhor Habacuque, me desculpe, mas a sua palavra está equivocada! Ela representa o espírito da derrota e não o da fé. Você deve ter se desviado do caminho da fé verdadeira que nos reserva as maiores conquistas nessa vida, pois somos cabeça e não cauda! Deixe-me te dizer o que verdadeiramente Deus deve ter te dito:
- Determinem agora que as figueiras produzam as frutas, e que as parreiras dêem uvas grandes e sem pragas; que haja tantas azeitonas nas oliveiras que todos possam esbanjar; que o trigo os deixem ricos a ponto de esbanjarem dinheiro e viverem uma vida de luxo; repreendam o espírito de ladroagem contra as ovelhas. Façam uma campanha de 7 semanas para que os currais estejam cheios de gado gordo e vocês fique ricos, pois se isso não acontecer vocês não devem dar graças ao SENHOR e nem louvar a Deus, pois nascemos para vencer, nascemos para ser cabeça e não cauda!
Após ouvir tal palavra, o profeta de Deus, balança a cabeça negativamente e diz:
- Querido obreiro, a palavra que eu disse veio de Deus e não há nada a modificar nela… eu a entreguei da forma que me foi passada!
Antes mesmo de terminar de falar, o profeta de Deus é interrompido e vaiado pela igreja; é retirado do local pelos obreiros, debaixo dos gritos da multidão que o chamava de homem do diabo, sem fé e sem o Espírito de Deus; homem do mal que estava trazendo àquele lugar de prosperidade uma palavra maligna onde não havia prosperidade alguma.
O profeta de Deus saiu daquele lugar expulso pela multidão e prosseguiu sua caminhada, buscando quem, de verdade, pudesse ouvir a Palavra que o Senhor lhe incumbiu de pronunciar.
Porventura, achará ele lugar que aceite a Palavra do Senhor?

***
André Sanchez, no Esboçando Idéias.

Pós-pentecostalismo


Pós-pentecostalismo: uma teologia além dos limites bíblicos


Por João Calvino
Ademais, aqueles que, repudiada a Escritura, imaginam não sei que via de acesso a Deus, devem ser considerados não só possuídos pelo erro, mas também exacerbados pela loucura. Ora, surgiram em tempos recentes certos desvairados que, arrogando-se, com extremada presunção, o magistério do Espírito, fazem pouco caso de toda leitura da Bíblia e se riem da simplicidade daqueles que ainda seguem, como eles próprios a chamam, a letra morta e que mata.

Eu, porém, gostaria de saber deles que Espírito é esse de cuja inspiração se transportam a alturas tão sublimadas que ousem desprezar como pueril e rasteiro o ensino da Escritura? Ora, se respondem que é o Espírito de Cristo, tal certeza é absurdamente ridícula, se na realidade concedem, segundo penso, que os apóstolos de Cristo, e os demais fiéis na Igreja primitiva, foram iluminados não por outro Espírito. O fato é que nenhum deles daí aprendeu o menosprezo pela Palavra de Deus; ao contrário, cada um foi antes imbuído de maior reverência, como seus escritos o atestam mui luminosamente. E, na verdade, assim fora predito pela boca de Isaías.


Em seguida, desejaria que também me respondessem isto: porventura beberam de outro Espírito além daquele que o Senhor prometia a seus discípulos? Ainda que se achem possuídos de extrema insânia, contudo não os julgo arrebatados de tão frenético desvario que ousem gabar-se disso. Mas, ao prometê-lo, de que natureza declarava haver de ser esse Espírito? Na verdade, um Espírito que não falaria por si próprio; ao contrário, que lhes sugeriria à mente, e nela instilaria o que ele próprio havia transmitido por meio da Palavra [Jo 16.13].

Logo, não é função do Espírito que nos foi prometido configurar novas e inauditas revelações ou forjar um novo género de doutrina, mediante a qual sejamos afastados do ensino do evangelho já recebido; ao contrário, sua função é selar-nos na mente aquela mesma doutrina que é recomendada através do evangelho.
***
Fonte: Institutas da Religião Cristã, cap. IX
Blog: Pulpito Cristão
http://www.pulpitocristao.com/

quinta-feira, janeiro 19, 2012

BBB

Pastores incentivam cristãos a boicotarem o BBB


Pastores e líderes religiosos de diversos segmentos evangélicos estão alertando sobre os valores inversos à família veiculados pelo programa da TV Globo, BBB 12, e orientando os crentes a boicotar o reality show.

O pastor Ariovaldo Ramos, da Comunidade Cristã Reformada de São Paulo e ex-presidente da organização Visão Mundial, falou ao The Christian Post sobre a questão.

Questionado se os evangélicos devem deixar de assistir ao BBB, a resposta foi categórica: “sim, deve ser boicotado, esse tipo de programa avilta o ser humano e insulta a Deus”, disse o teólogo e filósofo.

As discussões sobre se os cristãos devem ou não dar audiência para esse tipo de entretenimento, ganhou a internet e a Igreja Presbiteriana do Brasil criou um blog intitulado o Lado B do BBB.

Segundo o blog, os critérios para o reality show, que se propõe a ser uma amostra da realidade do povo brasileiro é o tripé: beleza física e disposição para expor o corpo à vontade, ambição para usar todos os meios possíveis, éticos ou não, para conseguir o prêmio de um milhão de reais e habilidades para envolver os outros participantes e o público evitando a eliminação precoce.

O autor das reflexões é o reverendo Robinson Granjeiro, que constata ainda que a inclusão de duas participantes declaradamente evangélicas é somente mais uma estratégia do diretor global Boninho para atingir e angariar audiência junto ao público gospel.

“É uma decisão ideológica fomentar o materialismo levado ao extremo pela ambição de ganhar o prêmio a todo custo, no lugar de incentivar o cultivo da espiritualidade e da solidariedade humana, mesmo que seja em um ambiente competitivo”, diz um dos posts.

O blog alerta para que a igreja evangélica se posicione com clareza contra esse tipo de entretenimento, que tem por princípio chamarizes como a imoralidade, a pressão psicológica, a promoção intencional de intrigas e a instabilidade emocional dos participantes.

A líder de intercessão do Ministério Diante do Trono, Helena Tannure, também se manifestou sobre o assunto. Em uma pregação que foi postada no You Tube ela faz críticas contundentes ao reality e pede que os cristãos boicotem o programa.

Tannure clamou às mulheres a tomarem uma atitude e não deixarem que o programa entre nos lares, principalmente com as notícias sobre o possível abuso sexual praticado por um dos participantes da casa. “O BBB é o esgoto de satanás derramado nas casas das pessoas.”

E continuou: “tem gente que almoça com Deus, mas toma um cafezinho com diabo. Não perde um big brother. Desce do muro! Isto me ira. Perdoe-me, mas isto me ira!”, desabafou. Ela sugeriu que as mulheres coloquem-se em oração cada vez que lerem uma noticía a respeito do reality.

Também o pastor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança em Niterói falou sobre o assunto em seu blog. Ele se disse “assustado, que mesmo diante de um programa tão baixo alguns evangélicos teimam em assistir ao reality”.

Segundo ele, o programa é uma afronta ao bom senso, “ e a Vênus Platinada nos empurra goela abaixo valores absolutamente imorais e para piorar a situação, muitos evangélicos amam dar uma ‘espiadinha’”. Ele conclama que os cristãos repudiem com veemência  programas deste tipo.


quarta-feira, janeiro 18, 2012

Não olhe as circunstâncias

No dia 23/12/2011, a Jaky foi internada com muitas dores e falta de ar decorrente de um câncer de pulmão e na coluna cervical. A luta contra a doença acontece há um ano. Como agradecimento a todos que a tem acompanhado em oração, ela e o marido Mauro gravaram este vídeo. Eles registraram seu desejo: “Que Deus venha fortalecer as pessoas que passam por problemas semelhantes e também por outros tão complexos quanto este”.

    Assisti a este vídeo postado por Leonardo Gonçalves no Blog “Púlpito Cristão” e me emocionei bastante. Confesso que fazer um militar chorar não é fácil, mas em alguns momentos do vídeo, me lembrei do ano passado e algumas lutas que tivemos, eu e minha esposa e sinceramente não contive as lágrimas.
    São apenas 10 minutos e comecei a pensar como aprendi nestes 10 minutos. Percebi o quanto sou fraco e sem fé. Percebi que meus problemas são pequenos e ainda sim choro como se o mundo estivesse desabando sobre os meus ombros. Aprendi que amar a  Deus independe da situação, dos problemas. Aprendi que podemos mesmo em um leito de hospital, acometidos por uma doença grave, entender que Deus está no controle das nossas vidas e louvá-lo. Percebi que tenho tudo o que preciso para ser feliz e ainda assim não sou grato. Aprendi que Deus é nossa felicidade e que em todos os momentos devemos olhar para ele. Aprendi que se pode aprender em 10 minutos, mais do que imaginava.
  Depois do choro, veio na minha mente um corinho que cantava na adolescência na 7ª Igreja Presbiteriana. Alguns de vocês devem lembrar.

Não olho as circunstâncias

Esta paz que sinto em minha alma
Não é porque tudo me vai bem.
Esta paz que sinto em minha alma
É porque eu amo ao meu Senhor

Não olho as circunstâncias, (não, não, não)
Olho o seu amor (seu grande amor)
Não me guio por vistas, alegre estou.


Estarei orando pela Jaki e pelo Mauro, que Deus os conforte a cada dia.

“Eis que temos por felizes os que perseveram firmes.”
                                                                     Thiago 5:11a
                                                            
Mateus Bragança Cardoso.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Cristão e UFC

Gravei o UFC Rio sábado passado, confesso que sou assinante do canal Combat e sempre acompanho as lutas. Mas há algum tempo tenho me sentido mal em perder meu tempo com mais um atrativo televisivo que em nada me acrescenta. Sei que muitos cristãos assistem e até vibram como eu, mas será mesmo que vale a pena? Hoje pela manhã ao ler um Post de Mauricio Zagari, achei que o texto veio de encontro aos meus questionamentos sobre ver ou não UFC. Não quero aqui julgar nenhum cristão que assiste, até porque como disse assisto praticamente todos. O motivo da publicação deste Post é trazer uma reflexão sobre o assunto. Sei que muitos irão dizer que é um esporte, existem muitos lutadores evangélicos que dão testemunho e tudo mais. Mas lhe recomendo parar um pouco, ler o texto até o fim, analisar com calma e tirar suas próprias conclusões.

“Porque vós irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos um dos outros, pelo amor. Porque toda lei se cumpre em um só preceito, a saber: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos.”
                                                                              
                                                                                            Gálatas 5:13-15

Mateus Bragança Cardoso


Cristãos violentos: uma violência à fé cristã

Publicado: 16/01/2012 em Amor ao próximo, Espiritualidade, Fruto do Espírito, Hipocrisia, Igreja dos nossos dias, Igreja Emergente, Juventude, Pecado, Polêmicas 

Eu estava calmamente lendo a Bíblia de madrugada quanto cometi o erro de entrar no twitter no exato momento em que um canal de TV estava transmitindo lutas de Ultimate Fighting (UFC). Montes e montes de cristãos estavam tuitando e vibrando com as lutas. Eu li aquilo e postei um comentário dizendo que não conseguia compreender como pessoas que seguem Jesus são capazes de se divertir vendo gente bater uma na outra, como servos do Cordeiro de Deus podem vibrar com tanta pancadaria e violência. Jesus… para que eu fui fazer aquilo?! Comecei a ser espancado verbalmente por uma legião de fãs das lutas. Alguns foram educados e argumentaram como cavalheiros. Mas os demais me jogaram no chão e começaram a dar chutes e pontapés verbais que me deixaram estarrecido. Fui nocauteado moralmente.  E isso me fez refletir mais uma vez sobre um dos problemas que considero um dos mais graves da igreja visível no Brasil: como aqueles que se chamam pelo nome de Jesus passaram a achar nos nossos dias que agressão, ofensas, verborragia e ataques pessoais é uma atitude absolutamente aceitável do ponto de vista bíblico (veja post Festival Promessas: um raio-x da igreja brasileira). O que é um sinal de que não entenderam nada sobre a fé.
Um cavalheiro chamado Renato desferiu de cara quatro tuites que parecem ter saído de dentro do ringue: “Gosto é como nariz, cada um tem o seu… então pegue sua hipocrisia e vai ler a bíblia”, me disse esse suposto cristão. E, não satisfeito, continuou: “Aposto que não está lendo a bíblia as 3:30h. Com certeza em algum site pornô ou coisa parecida… isso sim é coisa de quem julga os irmãos… Farizeu.” Tenho de confessar: fiquei pasmo. Nem adiantava dizer que ler a Biblia era exatamente o que eu estava fazendo. Simplesmente, pela primeira vez na vida, dei block no “irmão” (meu Deus, quem discipula um homem desses?) Dois “cristãos” me chamaram de hipócrita. Mais um de fariseu. Outros usaram termos que eu prefiro não repetir aqui porque este é um blog para pessoas cristãs, ou seja, que não apreciam linguajar torpe. E, depois de falar assim com um irmão, vão às suas igrejas, louvam de mãos levantadas, tomam a Ceia do Senhor e creem que estão agindo como filhos de Deus.
Vi até pastores vibrando! Um deles, que é celebridade no twitter (mais de 90 mil followers, apesar de só viver escrevendo bobagens atrás de bobagens), tem como maior predicado ser casado com uma cantora gospel da mais famosa familia de cantores gospel do país. Pois o cidadão tuitou coisas como “Uhuuu Vitor quebrou tudo!!!”, “Que joelhada linda” e “Vitor Belfort entrou falando em línguas que emoção vai sacudir tudo #Torcendo”. Eu mal conseguia acreditar: Um pastor realmente escreveu para mais de 90 mil pessoas “Que joelhada linda”???
Outro pastor, conferencista que vive pregando pelo Brasil, escreveu: “Quebra tudo Zé Aldo…”. Uau! Isso então é o que muitos de nossos pastores estão ensinando por aí: não o arrependimento de pecados, a paz, a paciência, o amor ao próximo, dar a outra face, pagar mal com bem. Estão ensinando: “quebra tudo” e “que joelhada linda”. Para pra pensar com calma: um sacerdote do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo elogiando uma joelhada, um gesto de extrema violência! Que dias de profundas trevas nós – a igreja do manso Cordeiro de Deus – estamos vivendo…
Bem, eu não entro no mérito do gosto pessoal de cada um. Tem gente que gosta de briga de galos. Na antiguidade, as hordas se divertiam com os gladiadores do Coliseu. O ser humano sempre foi atraído por violência, gosta de filmes como os de Charles Bronson e tudo isso naturalmente é consequência da entrada do pecado no gênero humano – ou você consegue imaginar Adão antes da queda ou mesmo Jesus na primeira fileira de um estádio (ou o correto é falar ginásio, não sei), vibrando e gritando: “Vai, Belfort, arrebenta ele! Quebra esse jumento!” – palavras verídicas que reproduzo do tuiter de um homem que se diz cristão e estava assistindo ao massacre. Pode me chamar de hipócrita, fariseu ou careta, mas eu não consigo imaginar isso.
Claro que muitos concordaram comigo. Me alegrou em especial um jovem que postou diretamente para mim: “Confesso que vibrei e até me alegrei em alguns momentos. Mas suas palavras foram um despertar para uma reflexão sobre isso. Só posso agradecer”. Essa parcela da Igreja não me preocupa, pois o Espírito Santo já cuida dela e convence do pecado, da justiça e do juízo. O que me preocupa é a parte da igreja que está sanguinária, violenta… tão distante do que Jesus ensinou!
Muito disso tem a ver com nossos modelos. Hoje em dia os principais líderes evangélicos que estão na TV e na Internet são homens agressivos, verborrágicos e ofensivos, que usam termos como “trouxa” e “bundão” para se referir a irmãos na fé. Por outro lado há denominações religiosas que têm como nicho esportistas e por isso incentivam esportes de contato e que defendem esse tipo de prática e comportamento. Pronto: junta isso tudo e temos uma legião de “cristãos” que serão ensinados a cada culto ou programa na Internet ou na televisão que ofender, agredir, atacar, revidar e coisas similares é algo aceitável dentro do verdadeiro Cristianismo. E isso, naturalmente, em especial é algo atraente para os jovens, cheios de testosterona.
Só tem um problema: isso está biblicamente muito errado.
O Cristianismo é a religião da não violência. Quando Jesus foi preso no Getsêmani e Pedro cortou a orelha do soldado Malco, o Senhor repreendeu o agressor e restaurou o homem ferido. Cristo era o Cordeiro Manso e humilde de coração, que deixou-se voluntariamente apanhar, ser cuspido, xingado, ofendido, açoitado, vilipendiado, crucificado… e como ovelha muda perante seus tosquiadores não abriu a boca. Ele deu o exemplo. Ajudava os necessitados e elogiou a atitude do samaritano que auxiliou o homem que tinha sido espancado pelos ladrões. Jesus visava sempre à cura, nunca a provocar a violência e a dor.
No Sermão do Monte, Jesus ensina a dar a outra face, a andar a segunda milha. Diz que os pacificadores e os mansos são bem-aventurados. Em momento algum você vê nos discursos do Mestre incentivo à violência. Pelo contrário, quando ele diz aos seus discípulos que eles seriam perseguidos pela fé, a sua ordem é que fujam e não que revidem. Olhe esta foto à esquerda: você consegue encaixá-la nas bem-aventuranças ou consegue imaginar que isso seja algo que deixe Jesus de Nazaré feliz? E se alguém vier com a história da derrubada das mesas dos cambistas no templo eu nem entro por esse mérito, apenas sugiro que pegue um bom livro que explicará que aquilo não foi um ato de violência, mas de limpeza e purificação motivado por desonestidade e exploração na hora das negociações que aqueles homens faziam.
Nas epístolas você não encontra linguagem ofensiva. Mesmo quando o apostolado de Paulo é questionado ele o defende com veemência, mas jamais alguém é ofendido ou agredido. Se não pela sua pessoa, muito menos pelas ideias que expressa. Pecados são confrontados mas nunca se veem retaliações verborrágicas ou de incentivo à agressão física. Pelo contrário, quando os judeus levam a mulher adúltera até Jesus, Ele estaria coberto de razão pela Lei Mosaica se dissesse: “Podem baixar o sarrafo nela, arrebentem com essa desgraçada”. Mas não. Calmamente, sem erguer a voz ou mesmo o rosto o Mestre preserva a integridade física daquela senhora e corta toda e qualquer possibilidade de um ato de violência.
A verdade é que grande parcela da igreja visível no Brasil está doente, muito doente. Cega, não enxerga o que a Bíblia diz. Sem estudo teológico, não compreende as realidades das Escrituras. Carnal, não vive as disciplinas espirituais e por isso não tem intimidade com o Deus vivo. E, com isso, nós criamos os nossos gladiadores cristãos: homens e mulheres que vibram com a violência (mascarada sob alcunhas simpáticas, como “esporte”, “competição”, “profissão”, “artes marciais” ou o que for – mas que não passam de nomes socialmente aceitáveis para definir a mesma coisa: pancadaria). Que exultam com seres humanos aos chutes, socos, murros, pancadas, joelhadas e outras atitudes que, digo novamente, não consigo imaginar Jesus fazendo ou mesmo se alegrando por ver.
Pior: trazem a violência para fora dos ringues. Estão tão transtornados (ou você acha que assistir a esses gladiadores em ação não mexe com o instinto violento de quem vê as lutas?) e salivando com os golpes e as agressões que exportam toda essa testosterona para o mundo das palavras. Intolerantes, agridem quem discorda deles. Não sabem argumentar ou dialogar: partem pro braço. “Te pego lá fora, seu cristão que é contra a violência!’, parecem dizer. E com isso a igreja visível segue crescendo como orpóbrio dentro da sociedade secular; nós, cristãos, continuamos sendo vistos como tão mundanos como qualquer outro segmento da sociedade e os valores do mundo continuam se alastrando descontrolados entre o povo de Deus. Ou seja: não nos tornamos em nada diferentes do mundo. Somos tão violentos, agressivos, espancadores, humilhadores, “trouxas” e “bundões” como qualquer não-cristão.
O tal pastor disse em maiúsculas no tuiter que “UFC É PAIXÃO NACIONAL”. Certamente não é a paixão da nação celestial nem motivo de admiração para os verdadeiros peregrinos que caminham por esta terra estranha vendo esses espetáculos grotescos e animalescos sendo aceitos por aqueles que deveriam pregar a mansidão, a humildade de espírito, o amor. Jesus disse que deveríamos ser sal da terra e luz do mundo e que, se não fôssemos, só serviríamos para sermos “lançados fora e pisados pelos homens”. Aí eu leio coisas como…
Aposto que não está lendo a bíblia as 3:30h. Com certeza em algum site pornô ou coisa parecida… isso sim é coisa de quem julga os irmãos… Farizeu
… e vejo que já estamos sendo pisados pelos homens há muito tempo. E pior: gostamos disso. Afinal, ser pisado faz parte do esporte de contato, né?

Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Autor: Mauricio Zagari
Blog: Apenas

sábado, janeiro 14, 2012

Nome do Blog




                                   MATEUS, O COBRADOR DE IMPOSTOS 
Gostaria de esclarecer o nome que escolhi para o meu blog: O cobrador de impostos. Vamos voltar na história para entendermos quem eram essas pessoas e o que faziam. Primeiramente devemos saber que os publicanos ou cobradores de impostos na época de Cristo não eram homens populares entre os judeus. Existia um sistema romano de cobrança por território, que era realizado por eles, então funcionários do Império. Eram em sua maioria especuladores e sujeitos de duvidosas qualidades morais. Exerciam função como de fiscais das mercadorias que entravam e saíam nos territórios romanos. Paravam caravanas, inspecionavam carregamentos, substituíam as melhores cargas por piores ou simplesmente se apossavam do bem alheio. Decretos da época declaravam que as taxas de impostos não eram fixas, a tributação era feita por costumes, quase sempre segundo o capricho do cobrador.

Não é de surpreender, portanto, que os cobradores de impostos fossem desprezados por prestarem serviço à uma potência estrangeira, Roma, e terem contato direto com os judeus. Isso fazia com que sua própria presença causasse ressentimentos a tal ponto que para os judeus defraudar um publicano não era pecado, eles os classificavam como assassinos, assaltantes, e seu lucro por ser em grande parte adquirido por fraude, e violência, eram impróprios até mesmo para caridades.
 
Então muitos de vocês ainda estão se perguntando o porquê de o blog ter esse nome. Naturalmente, Jesus Cristo não fechava os olhos à corrupção prevalecente entre tais cobradores, mas estava sempre disposto a ajudá-los espiritualmente. Por isso foi taxado por seus inimigos como “amigo de cobradores de impostos e de pecadores”, Mateus 11:19.

Nenhum publicano tornou-se verdadeiro amigo de Jesus até ter mudado de atitude na vida. Em Lucas 18: 9-14, Jesus mostrou que o cobrador de impostos que humildemente se reconhecia como pecador e se arrependia era mais justo do que o fariseu que orava de si para si mesmo, se julgando melhor que os publicanos. Em Mateus 9: 10-13, Jesus é questionado pelos fariseus por ter comido junto com os publicanos e os pecadores, Ele ouvindo responde: Os sãos não precisam de médicos e sim os doentes. Ide, porém e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos e sim pecadores ao arrependimento.

Ao escolher esse nome para o meu blog, foi como assumir toda minha perversidade, foi aceitar que “o cobrador de impostos” existe dentro de mim, e que estou sempre em conflito com meu próprio eu pecador. É como o apostolo Paulo disse: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.” Romanos 7: 19-21.

 O escritor Brennam Manning em seu livro “O impostor que vive em mim” escreve: “Se evitarmos falar do egoísmo e tentarmos justificar a maldade que em nós existe, só conseguiremos fingir que somos pecadores e, portanto, fingir que fomos perdoados. Uma espiritualidade fingida, baseada em falso arrependimento e falsa alegria, produz uma personalidade em que as aparências tomam o lugar da realidade. Aqueles que não chegam a admitir a própria maldade nunca saberão o que é o amor. A menos (e até que) encaremos nossa depravação travestida de santidade não seremos capazes de captar o significado da reconciliação que Cristo levou a efeito no Monte Calvário”. A atitude de Jesus com Mateus, o publicano, deve ser fonte de encorajamento para os que acham sua vida desprezível aos olhos do Senhor. Somente quando O aceitamos como único salvador das nossas vidas reconhecendo nossos pecados, pedindo perdão a Deus e caminhando para um crescimento espiritual com base na sua palavra, deixaremos de ser COBRADORES DE IMPOSTOS para sermos então verdadeiros DISCÍPULOS.      
  

               “Ó Deus, sê propício a mim, pecador.”
                                     Lucas 18: 13b

Autor: Mateus Bragança Cardoso

                            
  

sexta-feira, janeiro 13, 2012

O HOMEM, ESSE DESCONHECIDO






 
Alex Carrell escreveu um livro com este título, “o homem, esse desconhecido”. O homem conhece o mundo ao seu redor, mas não conhece a si mesmo. Explora o espaço sideral, mas não viaja pelos labirintos da sua alma. Investiga os segredos da ciência, mas não ausculta seu próprio coração. A pergunta do salmista ainda ecoa nos nossos ouvidos: “Que é o homem?” (Sl 8.4). As respostas foram muitas: “O homem é um bípede depenado”; “o homem é a medida de todas as coisas”; “o homem é um caniço agitado pelo vento”. O rei Davi, respondeu a essa pergunta de forma magistral: “Fizeste-o [...] por um pouco menor do que Deus, e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste” (Sl 8.5,6). O homem foi criado por Deus e criado para ser o gestor da criação. A origem do homem está ancorada em Deus e seu propósito é ser co-regente de Deus, como mordomo da criação. Destacamos, aqui três verdades sublimes acerca do homem.
1. O homem é a imagem de Deus criada.
O homem não veio à existência por geração espontânea nem por um processo evolutivo de milhões e milhões de anos. Nossa origem não está ligada aos símios; nossa gênese está ligada a Deus. Fomos criados por ele e somos à semelhança dele. O homem é a coroa da criação de Deus. Foi criado um pouco menor do que Deus e coroado de glória e honra. Somos um ser físico e espiritual. Temos um corpo e uma alma. Podemos amar a Deus e adorá-lo. Podemos conhecê-lo e responder ao seu amor. Nenhum outro ser tem essa característica. Os anjos são espíritos, mas não tem corpos. Os animais têm corpos, mas não têm espírito. Temos corpo e espírito. Somos a imagem de Deus criada.

2. O homem é a imagem de Deus deformada.
O pecado entrou na história humana com a queda dos nossos primeiros pais. O pecado atingiu todo o nosso ser, corpo e alma; razão, emoção e vontade. O pecado não destruiu à imagem de Deus em nós, mas a deformou. Agora, não podemos ver, com diáfana clareza, a imagem de Deus no homem, pois o pecado a desfigurou. Somos como uma poça de água turva. A lua com toda a sua beleza ainda está refletindo, mas não conseguimos ver essa imagem refletida; não porque a lua não esteja brilhando, mas porque a água está suja. A corrupção do pecado atingiu todos os homens e o homem todo. Todos os homens pecaram e o homem é todo pecado. Não há parte sã em sua carne. Tudo foi contaminado pela mancha do pecado.

3. O homem é a imagem de Deus restaurada.
O homem criado e caído, é agora restaurado. Essa restauração, porém, não é autoproduzida. Ela não vem do próprio homem, vem de Deus. É Deus mesmo quem tomou a iniciativa de restaurar sua imagem em nós. E como Deus fez isso? Enviando seu Filho ao mundo! Ele é a imagem expressa e exata de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Jesus veio ao mundo para nos trasladar do império das trevas para o reino da luz. Ele veio para nos tirar do calabouço da escravidão para a liberdade. Ele veio para nos arrancar das entranhas da morte para a vida. Em Cristo temos perdão, redenção e restauração. Por meio de Cristo somos feitos filhos de Deus e herdeiros de Deus. A imagem de Deus criada e, deformada pelo pecado, é restaurada por Cristo. Pela operação da graça, nascemos de novo, nascemos de cima, nascemos do Espírito e somos co-participantes da natureza divina. A glória e a honra perdidas na queda são agora restauradas na redenção!

Autor: Hernandes Dias Lopes
Pastor titular da 1º Igreja Presbiteriana de Vitória-ES

O que é Humildade


Sempre será gratificante e edificador ouvir Jonh Piper.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Vale a pena ler até o fim.

O amor jamais acaba

Publicado: 05/09/2011 em Amor
Tenho um pensamento sobre o amor que não é muito popular nos nossos dias – mesmo entre muitos cristãos. E aqui falo de amor entre homem e mulher mesmo, amor romântico. Você poderia se perguntar o que um post sobre esse assunto está fazendo num blog que se propõe a falar das coisas de Deus. Eu responderia: tem tudo a ver. Pois acredito que sem compreender plenamente o amor entre um homem e uma mulher é impossível compreender em sua plenitude o amor entre o Cordeiro e sua Noiva.
Vivemos uma época em que o amor entre dois indivíduos de sexos opostos virou algo descartável, superficial, egoísta. O amor que se propaga em nossos dias pela mídia e pela cultura não tem nada a ver com o bíblico. É carnal, impaciente, maldoso, inveja, se vangloria, se orgulha. O amor da nossa civilização maltrata, procura seus interesses, se ira facilmente, guarda rancor. Não quer sofrer, em nada crê, nada espera, nada suporta. É um amor banal e fugaz. Às vezes acredito que se ouvíssemos mais “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim, compreenderíamos muito, mas muito mais sobre o amor idealizado por Deus para a humanidade do que uma enormidade de corinhos que se cantam por aí nas igrejas. O amor em que eu creio é o que o poeta canta:
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Minha primeira ideia polêmica é que o amor verdadeiro dura por toda a vida – é eterno. “O amor jamais acaba”, diz 1 Coríntios 13.8. Quando ouço alguém dizer “o amor acabou”, me perdoe, mas em minha opinião o que havia era outro tipo de sentimento, fosse atração, carinho, uma grande amizade, devoção, companheirismo, o que for… mas não amor. Pois o amor é aquele que supera a esperança, que supera a fé, que permanece. Sei da exegese, sei do ágape, sei do amor divino, mas também sei que o amor verdadeiro foi criado por Deus para perdurar. Alguém com um mínimo de conhecimento bíblico consegue acreditar que Deus criou o amor para acabar? Que Deus criou algo tão entranhável, transformador, vital e extraordinário com prazo de validade? Acreditar nisso seria ir contra a essência do próprio Deus que é eterno e é amor.
Sei que serei apedrejado por pessoas que darão milhões de justificativas para explicar por que um relacionamento “que era amor” deixou de ser. Ouvi de tudo quando dava aula em seminário e conversava sobre isso com meus alunos. “Ah, fulano mudou”; “ah, a coisa esfriou”; “ah, o sexo não estava bom”; “ah, com o tempo comparei fulano com outros e vi que ele não me amava”… acredite, ouvi de tudo. Mas o que vejo na Bíblia e no cotidiano é que amor é uma vez na vida. É para sempre. “O amor jamais acaba”. Por isso, também creio que só se ama de verdade uma pessoa na vida. Pode-se até gostar de algumas, mas…AMAR? É algo que tem nome e sobrenome, é coisa para apenas um dos indivíduos que cruzarão nossa existência.
Vinícius de Morais que me perdoe, mas “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure” é pura filosofia mundana, é uma grande balela. Não é bíblico. Novelas, filmes, músicas, conversas de botequim e outros meios de proliferação cultural do mundo tentam nos convencer que amor “é bom enquanto dura”. Pois eu creio que, se é amor, dura até a morte. Às vezes, o sentimento é tão forte que vai além dela. Já comentei aqui no APENAS de uma amiga querida que me disse que até hoje, dez anos após a morte do noivo, aindo o ama. Creio que isso sim é amor.
Já ouvi também que em casais que ficam casados por muito tempo “o sentimento muda”.  Que “vira carinho”, “vira companheirismo”. Também não acredito nisso. Conheço casais idosos que estão juntos há 40, 50, 60 anos e que se AMAM de verdade, como dois adolescentes. Que gostam de caminhar de mãos dadas, que se mandam bilhetinhos apaixonados, que morrem de saudades um do outro. Que, ao falecer um, o outro definha de desgosto e parte pouco tempo depois. Não, não creio que amor que seja amor vire companheirismo. Não acredito que maçãs virem pêras só porque o tempo passou e as frutas passaram muito tempo convivendo no mesmo cesto. Maçãs serão sempre maçãs.
Apocalipse 19.7 compara a união de Cristo com a Igreja como a relação de amor entre um homem e uma mulher: “Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou”. Alguém consegue imaginar que esse casamento chegará a um fim? Ou que o amor que Cristo sente pela Igreja vai acabar? Ou se transformar em “amizade”? Ou em “companheirismo”? Por que Deus – que não faz absolutamente nada à toa – escolheria justamente essa metáfora para apresentar a união final e eterna entre Jesus e os seus escolhidos? Se fosse algo que acabasse com o tempo, seria essa a imagem adotada? Do amor entre um homem e sua noiva?
Me perdoem os pragmáticos, mas não, nada me convence que o amor verdadeiro não é aquele que dura eternamente.
Felizes são os que constroem uma vida junto com aqueles que realmente amam. Pois aí o divórcio será uma possibilidade impossível. E especulo que Jesus permite o divórcio em apenas uma exceção, as práticas sexuais ilícitas  ["Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério" (Mt 19.9)] por saber que a parte vilipendiada amava de fato a que a vilipendiou a ponto de sofrer tanto que não conseguiria continuar convivendo com a memória daquela atitude ilícita. E faço questão de frisar aqui: creio firmemente que mesmo nessas situações a primeira opção e o padrão ideal de Deus seja a reconciliação. “Eu odeio o divórcio”, diz o Senhor, o Deus de Israel” (Ml 2.16).
Sou um romântico? Pode ser. Sou utópico? Talvez. Acredito no que muitos consideram impossível? Acredito. Mas é o que vejo a partir da Bíblia e pela observação das relações ao meu redor. E deixo, com toda petulância que você me permite, um conselho ao jovem cristão (ou não) que estiver lendo este post: ponha o teu sentimento à prova antes de se casar, de um modo muito simples: pense se você daria sua vida por aquela outra pessoa. Pense se você se atiraria na frente da bala caso alguém disparasse um tiro em direção à pessoa amada. Pois essa foi a prova máxima que Deus deu de que amava sua noiva:  “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Jesus se atirou na frente da bala para nos salvar, de braços abertos e peito exposto. Eu descobri que amo a mulher que amo quando caiu a ficha de que eu morreria no seu lugar. Por isso sei que a amo: eu daria minha vida pela dela.
Ou seja: quer ter certeza de que ama alguém? Assegure-se de que você ofereceria alegremente sua vida por ela. Se a resposta for “sim”, você a ama de verdade. Pois esse é o padrão que Jesus nos legou: Ele amou tanto e tão eternamente sua noiva que abdicou de si por ela. Se você ficar na dúvida…  não se case, pois pode não ser amor.
Tomara que seja. Pois aí você terá a alegria de viver algo maravilhoso, transformador e magnífico, que “jamais se acaba”. Algo tão grandioso e que  curiosamente cabe em apenas quatro letras, apesar de ser transbordante.
Termino este post com uma frase não-canônica de Nelson Rodrigues, que não saiu da Bíblia, mas que se encaixa nela como uma luva: “Todo amor é eterno. Se não é eterno, não era amor”.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Autor: Mauricio Zagari
Blog: http://apenas1.wordpress.com