Por André Sanchez
Imaginemos que certo profeta resolvesse
levar sua mensagem ao púlpito de uma dessas igrejas que pregam a
teologia da prosperidade. Imaginemos que ele seja bem recebido e,
através de suas credenciais de profeta, lhe fosse oferecido o púlpito da
igreja para que pregasse uma mensagem de prosperidade aos que ali
estivessem.
- “Esta é a mensagem que Deus, por meio de uma visão, deu a mim, o profeta Habacuque.” (Hc 1. 1).
Nesse ponto todos fitariam seus olhares nele e alguns comentariam:
- Nossa! Não é todo dia que se recebe um
profeta de Deus com uma mensagem poderosa de prosperidade! O que será
que ele revelará? Será que nos dará uma fórmula para determinar a
bênção? Estou mesmo precisando comprar um carro do ano! Será que nos
ensinará como expulsar as doenças e o demônio da pobreza? Será que
revelará uma profecia de riqueza em nossa vida? Fala profeta!!! Fala
profeta!!! Estou ansioso pela mensagem do Senhor para nossas vidas!
Eis que o profeta continua sua mensagem
vendo a grande ansiedade do povo para receber suas palavras. Ele, então,
continua com veemência:
- “Ainda que as figueiras não
produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja
azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais
ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao
SENHOR e louvarei a Deus, o meu Salvador.” (Habacuque 3. 17-18)
Nesse momento um silêncio toma conta da
igreja. Um olha para outro e todos olham para o pastor que havia dado a
palavra ao profeta de Deus. A igreja, somente com o olhar, pressiona o
pastor como que perguntando: Como assim, que palavra absurda é essa
desse profeta?
E eis que se levanta um obreiro ao fundo da igreja e brada em alta voz:
- Senhor Habacuque, me desculpe, mas a
sua palavra está equivocada! Ela representa o espírito da derrota e não o
da fé. Você deve ter se desviado do caminho da fé verdadeira que nos
reserva as maiores conquistas nessa vida, pois somos cabeça e não cauda!
Deixe-me te dizer o que verdadeiramente Deus deve ter te dito:
- Determinem agora que as figueiras
produzam as frutas, e que as parreiras dêem uvas grandes e sem pragas;
que haja tantas azeitonas nas oliveiras que todos possam esbanjar; que o
trigo os deixem ricos a ponto de esbanjarem dinheiro e viverem uma vida
de luxo; repreendam o espírito de ladroagem contra as ovelhas. Façam
uma campanha de 7 semanas para que os currais estejam cheios de gado
gordo e vocês fique ricos, pois se isso não acontecer vocês não devem
dar graças ao SENHOR e nem louvar a Deus, pois nascemos para vencer,
nascemos para ser cabeça e não cauda!
Após ouvir tal palavra, o profeta de Deus, balança a cabeça negativamente e diz:
- Querido obreiro, a palavra que eu
disse veio de Deus e não há nada a modificar nela… eu a entreguei da
forma que me foi passada!
Antes mesmo de terminar de falar, o
profeta de Deus é interrompido e vaiado pela igreja; é retirado do local
pelos obreiros, debaixo dos gritos da multidão que o chamava de homem
do diabo, sem fé e sem o Espírito de Deus; homem do mal que estava
trazendo àquele lugar de prosperidade uma palavra maligna onde não havia
prosperidade alguma.
O profeta de Deus saiu daquele lugar
expulso pela multidão e prosseguiu sua caminhada, buscando quem, de
verdade, pudesse ouvir a Palavra que o Senhor lhe incumbiu de
pronunciar.
Porventura, achará ele lugar que aceite a Palavra do Senhor?
***
André Sanchez, no Esboçando Idéias.
Um comentário:
È... realmente é dificil agradar a deus pois o tempo todo estamos querendo agradar é a nos mesmos com as coisas que o mundo oferece. nao é de todo um mal mas quando deixamos alguem para tras, ou seja, quando esquecemos das pessoas a quem temos responsabilidades para com elas, seja a familia, um amigo ou alguem que esteja precisando de um conforto de uma palavra ou de uma açao em seu beneficio.. aí falhamos como seres humanos, imagem e semelhança de deus.
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